O prefeito de Xapuri, Maxsuel Maia (PP), participou nesta semana do Encontro de Prefeitos realizado em Belém (PA), evento preparatório para a COP30 — a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que será sediada no Brasil em 2025. A presença do gestor xapuriense reforça o protagonismo dos municípios amazônicos no debate ambiental global e chama atenção para os desafios enfrentados pelas populações urbanas da floresta.
Durante sua fala no encontro, Maxsuel destacou a importância da discussão sobre justiça climática aliada à justiça social. “É impossível discutir justiça climática sem discutir justiça social. Vivemos em uma área de floresta, mas nossa população vive majoritariamente na cidade. Chapuri é um exemplo claro dessa contradição”, afirmou o prefeito.
Maxsuel Maia também usou o espaço para denunciar a realidade crítica enfrentada por Xapuri, conhecida internacionalmente como a terra de Chico Mendes, ícone do ambientalismo. Segundo ele, o município chegou a registrar, em 2023, o pior índice de qualidade do ar do Brasil, consequência direta do desmatamento, queimadas e da falta de políticas públicas ambientais. “Xapuri ainda não possui um plano de saneamento básico nem um plano de coleta e destinação de resíduos sólidos. Essa é a realidade de muitos municípios pequenos da Amazônia”, lamentou.
O prefeito defendeu a necessidade de mais investimentos e cooperação técnica para que as cidades amazônicas possam elaborar projetos consistentes e acessar recursos nacionais e internacionais. “O discurso da COP precisa ser interiorizado. Os recursos e as soluções precisam chegar na ponta. Só assim vamos conseguir construir um desenvolvimento que seja verdadeiramente sustentável”, completou.
A COP30, prevista para ocorrer em novembro de 2025, representa uma grande oportunidade para o Brasil mostrar ao mundo seus avanços em áreas como energias renováveis, biocombustíveis e agricultura de baixo carbono. O evento também reforça a tradição brasileira de protagonismo nos fóruns ambientais internacionais, como foi na Eco-92 e na Rio+20.
Para Maxsuel Maia, a participação em eventos como o de Belém permite que as vozes dos municípios da floresta não apenas sejam ouvidas, mas também integrem a formulação das políticas que definirão os rumos do planeta nas próximas décadas. “Estamos aqui não só para representar Xapuri, mas para lembrar que sem justiça para quem vive na Amazônia, não haverá justiça climática verdadeira”, concluiu.